quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Das Relações





Reinos Francos 


Origem: Muitos autores contam que eles originaram  da Panônia , e se estabeleceram na margem do rio Reno, chegando a Tunigia. Nas aldeias e cidades, escolheram reis cabeludos  á mais nobre de suas famílias.
O Reino dos Francos  foi o único reino que conseguiu se estruturar e expandir seus domínios, dos demais reinos germânicos que estava em processo de invasão do Império Romano. Eles ocuparam o norte da Gália.
Na formação e expansão do Reino Franco influenciara soberanos de duas dinastias: merovíngia e carolíngia. Dentre os seus governantes o mais destacados  foi Carlos Magno, que governou de 768 á 814 ( Final do século VIII inicio do século IX). Em seu governo conquistou um vasto império. Convertido à fé cristã, Carlos realizou intensas campanhas militares contra os mouros na Península Ibérica. A partir de suas vitórias dominou a região das Marcas Hispânicas, que obrigou os povos sobre o seu domínio a se converterem ao cristianismo. A máxima expansão dos territórios foi vista pela Igreja como um reavivamento do Império Romano. Por isso, no dia 25 de dezembro de 800, o papa Leão III o corou como imperador romano do Ocidente.
Para conseguir administrar todo o império ele o dividiu em condados, ducados e marcas, criou as capitulares que eram normas escritas que funcionavam como leis, e haviam também os missi-dominici que viajavam pelo reino para controlar os administradores locais.

TERRITÓRIO CAROLINGIO


                                                   *Mapa geográfico ilustrando o Império Carolíngio.

A ORGANIZAÇÃO POLITICA DO REINO FRANCO


As guerras de expansão realizadas pelos reis francos tiveram um alto custo, deixando o império enfraquecido economicamente.
Alem das dificuldades econômicas, a falta de pessoas qualificadas, e com os meios de comunicação precários, dificultou o recrutamento de pessoas com capacidade de ajudar Carlos Magno á governar o seu império.
Diante dessa situação para organizar o Estado, Carlos Magno recorreu á aristocracia utilizando o sistema de vassalagem como uma forma de organização do Estado, onde tinha o total controle dessa organização.
Os vassalos (Directus) do rei eram os grandes proprietários de terras, que recebiam os títulos de Nobres, estes por sua vez possuíam outros vassalos de menor poder sobre o seu domínio ficando a aristocracia enquadrada numa hierarquia de três níveis: o rei, os vassalos directus do rei e os vassalos destes. Essa hierarquia ligavam uns aos outros por meio de juramentos tendo o rei o controle central dessa organização.
O deperecimento desse controle veio acontecer á partir do governo de Luiz, o Pio. Onde ele generalizou o poder honoris da vassalagem,dando aos vassalos muitos benefícios. Os nobres recebiam como benefícios as terras da fazenda publica, e ao longo do século IX ocorreu á fusão entre a honra e o beneficio no patrimônio do nobre, tornado-se este cargo  vitalício e depois hereditário. O acumulo destes  criou no nobre o sentimento de que ele deixaria de ser um funcionário do Estado, aumentando a sua autonomia sobre o beneficio.


DA VASSALAGEM A FEUDALIDADE
Dentro das praticas do feudalismo existiu varias formas de trabalho, que foram construídas com base nos compromissos e nas obrigações, existindo a classe dominante e a dominada. A vassalagem tinha sua importância na garantia mínima de coesão da classe dominadora que asseguravam a reprodução das relações sociais de produção implantadas. Assim, o vassalo  ganha a terra à lealdade, subsídio nas batalhas, pagamento de resgate.
A vassalagem veio á ser um pacto entre os nobres e os reis, um pacto de honra e fidelidade. Os nobres guerreiros eram vassalos do rei, sendo este, o suserano deles. Pois essa hierarquia social era extremamente fortificada. Sendo  o pacto  consolidado através do juramento, onde o nobre que requisitava o auxílio passaria a partir de então a ser um suserano, e o que oferecia seus préstimos denominava-se por vassalo.
                       


Durante a cerimônia que era realizada para firmar o compromisso, o vassalo se ajoelhava para assim declarar sua fidelidade diante de todos em caso de guerra. 






*Iluminura representando a cerimônia de juramento de fidelidade entre o Vassalo e o Rei.



O predomínio nas relações feudo-vassálicas existentes entre os membros da nobreza, no qual a concessão do feudo instituía o núcleo desse pacto, designando assim, a sociedade feudal.
Contudo, o súdito (vassalo) empenhava-se a ajudar seu suserano quando fizesse necessário. Com isso, o suserano dava ao seu vassalo como recompensa um feudo ,este podendo ser dado em terras, cargos ou em dinheiro.
O feudalismo consiste em um conjunto de práticas envolvendo questões de ordem econômica, social e política. Entre os séculos VIII e X, a Europa Ocidental sofreu uma série de transformações que possibilitaram o surgimento dessas novas maneiras de se pensar, agir e relacionar. De modo geral, a configuração do mundo feudal está vinculada a duas experiências históricas concomitantes: a crise do Império Romano e as Invasões Bárbaras entre os séculos III e V.
O senhor feudal representaria a classe detentora de terras. Divididos por diferentes títulos, um nobre poderia ser responsável desde a administração de um feudo até pela cobrança de taxas ou a proteção militar de uma determinada propriedade. A autoridade exercida pelo senhor feudal, na prática, era superior a dos reis, que não tinham poder de interferência direta sobre as regras e imposições de um senhor feudal no interior de suas propriedades. Portanto, assinalamos o feudalismo como um modelo promotor de um poder político descentralizado.
No século X o feudalismo atingiu o seu auge tornando-se uma forma de organização vigente em boa parte do continente europeu. A partir do século seguinte, o aprimoramento das técnicas de produção agrícola e o crescimento populacional proporcionaram melhores condições para o reavivamento das atividades comerciais. Os centros urbanos voltaram a crescer e as populações saíram da estrutura conturbada que marcou boa parte da Idade Média.



                           *Iluminura representando a estrutura do Feudalismo entre os séculos VIII e X.



DA VILLA AO SENHORIO RURAL


Nos séculos IX e X, á partir das prerrogativas adquiridas pelos senhores feudais, surgiu então uma nova instituição, o senhorio rural. Tendo esta instituição o beneficio da imunidade e o poder do Bannum.
No beneficio da imunidade o fisco ( a fazenda do Estado),  tornava-se isento de todo o imposto direto ou indireto, com isso os colonos não pagavam o fisco.
Sobre o governo Merovíngio o domínio do Estado continuou a se beneficiar dessa isenção fiscal. O administrador de uma vila real cobrava dos habitantes todos os rendimentos que eram reservados ao rei e exercia por delegação os direitos da justiça, ficando assim esses habitantes submetidos aos poderes desse administrador. Caso o rei alienasse uma parte deste fisco, o administrador perdia o privilégio de imunidade.
E sobre o governo Carolíngio esta imunidade teve menos influencia, pois as novas características desta não fizeram mais que acentuar-se. Ela se generalizou, proliferando diplomas de concessão, e não apenas de confirmação, a tal ponto que quase todas as terras eclesiásticas eram beneficiadas. Deixando raramente  de haver concessão de imunidade aos leigos, o que significava que essa imunidade era então o regime normal dos bens exclusivo da igreja .
Outra relação importante a ser citada, é o poder bannum, que consistia num poder geral de comandar, coagir e punir os homens livres. Este direito significava que os maiores proprietários fundiários dispunham, a partir daí o poder sobre todos os homens das suas terras, reforçando assim os seus direitos sobre os camponeses. Poderes militares, poderes judiciais, mas também poderes econômicos. A sua aplicação viria a ser muito ampla onde todos os homens dependentes iam ter de aceitar novos serviços, novos tributos, ou suportar a reentrada em vigor de antigos impostos caídos em desuso. È em nome do direito de bannum que as fontes de lucro para o senhor da antiga Villa se vão multiplicar, a cerca do ano mil.
Á partir do século X os carolíngios foram apenas senhores sobre suas terras. Com isso a tese medieval organizou-se de forma distinta, tendo o rei como a figura mais importante na época. Mesmo com toda a mudança ocorrida entre os séculos VIII e X, o rei ainda era o detentor da maior parte das terras afirmando assim o seu poder.

Glossário 



Feudo - Propriedade nobre ou bens rústicos, que o senhor de certos domínios concedia mediante a condição de vassalagem e prestação de certos serviços e rendas. 

Vassalagem - Estado ou condição de vassalo,  Sujeição, submissão

Fisco - Terra imune ao imposto

Deperecer -  Enfraquecer, definhar.

Captulares - As primeiras leis escritas da Idade Média

Vassi Dominissi - Vassalagem dos vassalos reais

Honores - Poderes de rei

Suserano -Que possui um feudo, do qual outros dependem

Bannum - Comandar, coagir e punir

Res de comitatus - Função publica.




Filmes indicados

a relação entre o nosso tema senhorio e feudalidade e o filme?

O filme Robin Hood, apesar de não ter a feudalidade como tema central, e trazer consigo todo a grandiosidade de filmes hollywoodianos, se passa no século XII, na Inglaterra, quando o sistema feudal está estabilizado e no seu apogeu, e traz também, em algumas passagens, a ilustração do que seria uma relação feudal. Essas relações se evidenciam quando, por exemplo, Robin Hood  chega à Notthingham, lugar onde há um senhor local, que cobra altos impostos dos moradores para repassar ao rei e exerce também as funções jurídicas do local, nesse momento podemos associar o conteúdo explorado pelo blog ao roteiro do filme.E no filme Coração valente (Braveheart) mostra de uma maneira um pouco fantasiosa, mas que faz uma relação entre um grande senhor de terra e um bárbaro na Escócia no seculo XIII e alguns momentos mostra como funcionava o senhorio e o feudo.


Sinopse:
Inglaterra, século 12. Com a morte do rei da Inglaterra Ricardo I, Robin Hood, o experiente arqueiro e ex-integrante do exército da Coroa, viaja para Nottingham, um lugar que sofre com a corrupção de um xerife tirânico e impostos assustadores. Lá, ele se apaixona pela espirituosa viúva Lady Marion, uma mulher cética da identidade e motivações desse guerreiro da floresta. Esperando receber a mão de Marion e salvar a cidade, Robin reúne uma gangue cuja habilidade mercenária é igualada apenas à sua vontade de viver. Com o país enfraquecido por décadas de guerras, Robin e seus companheiros, insatisfeitos com o ineficaz governo de um novo rei, iniciam uma grande aventura, evitando que a Inglaterra entre em uma sangrenta guerra civil e devolvendo a glória ao país.


Ficha técnica:

Título original: Robin Hood
Diretor: Ridley Scott
Elenco: Russel Crowe, Cate Blanchett, Vanessa Redgrave, Max von Sydow, William Hurt, Mark Strong
Gênero: Aventura, Ação
Duração: 140 minutos
Ano: 2010
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos
País: Reino Unido, EUA


Disponível em: [http://cinema.uol.com.br/filmes/robin-hood-2010.jhtm] Acesso em: 06/09/12
Link do trailer legendado: http://www.youtube.com/watch?v=wQklgK3dcBk


Sinopse

O filme retrata a figura histórica de William Wallace, guerreiro, patriota escocês e herói medieval. A história situa-se em finais do século XIII, tempo em que os rebeldes escoceses lutavam contra o domínio do rei inglês Eduardo I. Depois de, ainda criança, ter assistido à morte de seu pai às mãos do exército inglês, William é acolhido por um tio que lhe dá uma educação esmerada e erudita. Após percorrer o mundo, volta à sua Escócia natal e apaixona-se por uma jovem camponesa. Para escapar à deliberação real de que um senhor feudal inglês tinha direito a dormir com uma noiva no dia do seu casamento (direito deprima nocte), contraem matrimônio secretamente. Contudo, a sua mulher é morta por um nobre inglês e, no decorrer da vingança, Wallace assume o comando de um pequeno exército de camponeses com o intuito de lutar pela soberania da Escócia. Chega mesmo a derrotar o poderoso exército inglês na Batalha de Stirling Bridge, mas fracassa em conseguir o apoio dos nobres líderes dos clãs escoceses mais interessados em manter as suas regalias junto da coroa inglesa.
Ficha técnica

Titulo original: Braveheart                 
Distribuidor: FOX FILMES
Lançamento: 1995 (2h 57min)
Dirigido por: Mel Gibson
Com: Mel Gibson, Sophie Marceau, Catherine McCormack
Gênero: Histórico, Aventura, Guerra, Biografia
Nacionalidade: EUA



Trailer original
Acesso em 06/09/2012




Curiosidade

Os nobres gastavam seus rendimentos em jóias e banquetes e ocupavam seu tempo em treinamentos no uso de armas (espada, lança e escudo), em torneios, duelos e caçadas, utilizando cães e cavalos amestrados, símbolo de pompa e riqueza. A necessidade de melhores equipamentos, armaduras e cotas de malhas contribuíram para o progresso da metalurgia.



*A ilustração acima refere-se aos banquetes